LIMA, 02 Mar. 11 / 10:58 am (ACI)
Em uma carta pastoral publicada em 22 de fevereiro, o Prelado defendeu o direito da Igreja a participar do debate público sobre o aborto, logo que alguns candidatos à Presidência e ao Congresso nas próximas eleições do domingo 10 de abril, afirmassem que sua legalização forma parte de seus programas políticos.
O aborto é considerado um delito no Peru mas não está penalizado quando se realiza em caso de perigo de morte para a mãe.
Diversos grupos feministas tentaram nos últimos anos despenalizar esta prática através do protocolo do mal chamado "aborto terapêutico" que o Ministro da Saúde, Oscar Ugarte, prometeu aprovar em várias oportunidades. Líderes pró-vida assinalam a respeito que este protocolo é uma "manobra" para liberalizar esta prática.
Alejandro Toledo, que atualmente lidera a preferência eleitoral, manifestou-se aberto à despenalização do aborto ao declarar que "ninguém pode permitir que um ser humano nasça em circunstâncias forçadas".
O candidato Pedro Pablo Kuczynski sublinhou que em sua aliança política "não acreditam no aborto, ponto final".
Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, assinalou por sua parte que não está a favor "de legalizar o aborto, sou mulher, mãe de família", mas se declarou a favor do mal chamado aborto "terapêutico".
Luis Castañeda, atualmente terceiro nas pesquisa, disse que não é "partidário do aborto, salvo por razões terapêuticas. Aí há uma vida envolvida que caminha e não posso ser partidário disso".
Em sua carta pastoral Dom Schmalhausen recordou que as leis peruanas protegem o concebido e que "nenhum católico deve votar intencionalmente a favor do aborto".
"O que pode esperar-se de uma nação que legitima o assassinato dos filhos no ventre de suas mães? Que futuro pode esperar o Peru quando edifica sua vida social sobre leis que amparam um genocídio que embora calado e oculto resulta uma verdadeira carnificina humana de proporções massivas? É este o país que queremos deixar às futuras gerações de nosso país?", perguntou.
O Bispo advertiu que o aborto jamais se converterá em um ato bom por ser legalizado. Ele afirmou que o não nascido é uma pessoa desde sua concepção e que não há autoridade alguma ou voto das maiorias que possa retirar-lhe sua condição humana.
"Legitimar ou despenalizar o aborto tende a anestesiar a consciência moral das sociedades e este crime se disfarça sob a roupagem de um suposto bem para a comunidade humana", advertiu.
O Bispo de Ayaviri pediu à população analisar profundamente cada programa político e julgá-los "a partir dos autênticos critérios éticos e morais que se correspondem com a lei natural e a dignidade humana".
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