O número pessoas que a China condenou à morte em 2010 foi superior à soma de todas as outras nações que adotam a pena capital. É o que afirma um relatório recém-divulgado pela entidade de direitos humanos britânica Anistia Internacional.
A organização estima que o governo chinês tenha executado milhares de pessoas, mas diz não ter um número consolidado, uma vez que as autoridades chinesas não divulgam números oficiais a respeito de execuções.
Segundo a Anistia, pelo menos 527 pessoas foram executadas no mundo em 2010. Uma redução em relação ao ano anterior, quando a organização indicou que 714 foram executadas.
O Irã foi o segundo país na lista dos que em 2010 mais praticaram a pena máxima, mas o número de pessoas que o país condenou à morte - um total de 252 - fica muito aquém dos números da China.
Um total de 23 nações praticaram execuções no ano passado.
Além da China e do Irã, os demais países que mais condenaram pessoas à morte foram Coreia do Norte (pelo menos 60), Iêmen (ao menos 53), Estados Unidos (um total de 46), Arábia Saudita (pelo menos 27) e Líbia (um mínimo de 18).
Entre as pessoas executadas pelo Irã figuraram cinco mulheres e um jovem que tinha menos de 18 no período em que cometeu o crime.
Os Estados Unidos foram o único país em toda a região das Américas a ter condenado pessoas à morte em 2010.
Declínio
Mas o número de Estados americanos que aboliram a pena de morte aumentou neste ano, com Illinois se tornando o décimo-sexto entre os 50 Estados americanos a rejeitar a prática.
Entre os métodos utilizados para sentenciar pessoas à morte figuraram decaptação, eletrocução, enforcamento, injeção letal e fuzilamento.
Pelo menos 17,833 pessoas estavam no corredor da morte, aguardando execução, até o final de 2010.
A despeito dos números elevados, a Anistia Internacional avalia que a prática da pena de morte está em queda. Quando a organização deu início à sua campanha contra a pena de morte, em 1977, apenas 16 países haviam abolido a pena capital.
Mas mais de 30 anos depois, afirma a organização, 139 países rechaçaram a pena de morte por lei ou na prática.
Países que executaram seus cidadãos em 2008 e 2009, como Afeganistão, Indonésia, Mongólia, Paquistão, Emirados Árabes e São Cristóvão e Nevis não condenaram ninguém à pena máxima em 2010.
Mas, em compensação, nações que haviam promovido um hiato, como Bahrein, Belarus, Guiné Equatorial, Somália, Taiwan e a Autoridade Palestina, realizaram ao menos uma execução em 2010.
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