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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Jovem pai pró-vida quase perdeu filho para o aborto: diz que pais não têm direitos legais

DUBLIN, Irlanda, 8 de novembro de 2010

Joseph Lee, que trabalha como encarregado de desenvolvimento da Sociedade para a Proteção dos Bebês em Gestação da Escócia, é o pai de um menino de quatro anos. Mas ele quase perdeu seu filho há exatamente quatro anos, graças ao fato de que as leis de aborto da Inglaterra não permitem que os homens sejam levados em consideração nas decisões de aborto.
Lee contou seu testemunho doloroso para LifeSiteNews.com numa conferência neste final de semana em Dublin.
Aos 22 anos, a namorada de Lee ficou grávida e tinha a intenção de fazer aborto. Apesar do fato de que ele queria ter o bebê e cria que o aborto é moralmente errado, ele se achou sem nenhum recurso legal para salvar a vida de seu filho em gestação.
Sem nenhum lugar para onde ir para pedir ajuda, a única opção que restou para Lee foi a oração.
Duas vezes antes da aprovação da Lei de Aborto de 1967 os homens tentaram e fracassaram nos tribunais em seus esforços para proteger seus filhos do aborto legal. Lee havia estudado direito e sabia que “não havia dúvida de que eu estava indo a um advogado”.
“Eu sabia que seria completamente inútil. Por isso, eu sabia que tudo o que eu podia realmente fazer era, primeiro orar sobre isso, e tentar persuadi-la a ficar com o bebê. Era muito frustrante”.
A mãe de Lee tinha estado envolvida no movimento pró-vida. “Portanto, eu sabia que eu era completamente contra o aborto em todos os casos”, disse ele. “Mas eu nunca havia tido um desafio nessa área e nunca fiz nada sobre isso. Assim, minha namorada ia fazer um aborto numa clínica, mas eu não conseguia enfrentar isso, independente do fato de que eu tinha apenas 22 anos, e eu não estava em condições de cuidar nem de mim mesmo, sem mencionar de outra pessoa. Por isso, tentei persuadi-la a não abortar, mas ela foi em frente e marcou uma consulta”.
Lee diz que está convencido de que foi apenas pelo poder da oração que a enfermeira na clínica de aborto mostrou a imagem de ultrassom para a namorada dele. Nas clínicas de aborto do mundo inteiro, um ultrassom é normalmente exigido para se averiguar o tempo exato de gestação da criança para decidir qual método de aborto usar. Mas as mulheres rotineiramente são proibidas de ver imagens de seus bebês em gestação se tais imagens as influenciarem contra o aborto.
Como ocorreu com tantas outras mulheres, logo que a namorada de Lee viu o ultrassom, ela compreendeu que não poderia fazer o aborto..
“Lembro-me de uma ligação telefônica em que ela disse que não ia fazer o aborto naquele dia, e que ela viu nosso filho na imagem, parecendo bem feliz, nadando ali dentro. Ela disse que ele parecia como uma minúscula pessoa. Lembro-me de pensar: ‘A razão é porque é uma pessoa’”.
Ele relata que a enfermeira que estava oferecendo a pílula “médica” de aborto RU-486 disse, “Estou feliz em lhe dar isso, a menos que você tenha 100 por cento de certeza”.
“E obviamente ela não estava 100 por cento segura, porque eu estava fazendo tudo que eu podia fazer para persuadi-la a ficar com o bebê. Eu não percebi isso na época, mas descobri mais tarde que ela tinha conversado com uma amiga que havia usado a pílula do aborto, de modo que talvez isso fosse algo que tenha influenciado a decisão dela. Aquela pode não ter sido uma noite agradável”.
Lee apontou para o fato de que “é muito raro” ver algo escrito sobre os direitos dos pais no debate do aborto.
“Até mesmo entre as pessoas que são pró-vida… os grupos de aborto de pressão política colocam todo o foco nos direitos das mulheres”, disse ele. “As pessoas pró-vida tendem com justiça a ter como foco a criança. A maioria dos conselheiros enfoca a mulher, mas nada coloca o pai como foco”.
Perguntado se há alguém fazendo algum tipo de trabalho legal em favor de homens nessa situação, Joseph respondeu: “Não que eu saiba”.
“Isso tudo mostra que o lado pró-aborto tem tido muito sucesso em fazer do aborto uma questão exclusivamente das mulheres, o que é completamente ridículo, pois tenho visto, a partir da minha própria experiência, que as mulheres têm muito mais probabilidade de fazerem aborto se o homem não se envolve”.
Ele apontou para o fato de que as leis de aborto isolam as mulheres. Mesmo que uma mulher não esteja sendo pressionada para fazer um aborto, sem o pai envolvido ela não tem apoio: “Se o cara diz, ‘É só você e sua vida’, isso é o que coloca pressão nela e dá a ela a sensação de que ela tem de fazer o aborto. É uma mentira completa sugerir que as mulheres devam depender somente de si mesmas para fazer a decisão. Não há mal em admitir que às vezes ela precisa do conselho e apoio de outras pessoas. O aborto é uma das decisões mais horrendas que alguém faz em toda a vida, e ter de fazê-la sozinha é algo muito assustador”.
Os homens recebem tratamento injusto da lei, quer eles sejam pais ou não, disse Lee, que argumenta que o aborto legal tem dado aos homens a desculpa para abandonaram as mães de seus filhos. “O aborto legal legitima os homens não se envolvendo [na criação de filhos] e sendo aptos a abandoná-los. Eles terão a expectativa de que as mulheres tenham um aborto. Não há contradição quando um homem é desprezado se ele não está presente quando seu filho nasce, mas dizem a ele que ele não tem parte na situação toda. Ele é difamado por não ter um papel na vida do filho, por não apoiá-lo, considerando que isso é favoravelmente incentivado desde o próprio começo da vida da criança. Portanto, não é surpresa que vejamos homens abandonando filhos”.
Ele acrescentou: “Sei que não devemos julgar as pessoas, mas eu realmente penso que o que um homem faz em relação a seus filhos é um jeito em que podemos até certo ponto medir se ele é um homem de verdade ou não, pois se um homem abandona seu próprio filho, então ele não é um homem de verdade aos meus olhos”.

Traduzido por Julio Severo - www.juliosevero.com

http://noticiasprofamilia.blogspot.com/

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