"Estas pessoas que falam de aborto têm uma agenda muito alargada, são a Federação Portuguesa pela Vida, são estes e querem mais. Querem o seu Credo nas nossas leis" Isabel Moreira
A Federação Portuguesa pela Vida e restantes movimentos não fazem nada anti-democrático ou ilegal. Opõem-se e lutam contra uma lei. Têm o direito de fundamentar essa oposição no catolicismo, ou na religião que bem entenderem, sobretudo porque os movimentos que legalizaram o aborto fundamentaram a sua aprovação no anti-catolicismo. Alguns exemplos:
-O demagogo Vera Jardim defendeu em 2007 o "Sim" no referendo, como se o código penal que vigorava e que o seu partido queria alterar fosse uma "moral particular" católica e como se dizer não à legalização do aborto fosse o mesmo que tornar a sociedade numa "sacristia". Para esse senhor, ser contra a matança de bebés era impor uma moral particular religiosa à sociedade. Claro que envenenar, desmembrar e esmagar crânios já não é impor nada a ninguém...
- Daniel Oliveira, Carlos Esperança e Vital Moreira consideram e louvam a legalização da morte de bebés por envenenamento, esquartejamento ou sucção a bomba de vácuo, como vitória contra a Igreja Católica.
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Para o abortista, quando o seu movimento consegue impor a sua moral secular nas leis, contra a própria lei fundamental do país ( "a vida humana é inviolável" CRP), está tudo bem. Por artes mágicas, quem se opuser a essa lei, e porque não é de moral secular-abortista mas de moral cristã, passa a ser considerado um cidadão de segunda, cuja religião em desacordo com a norma estabelecida passa a ser vista como característica perigosa e ataque às "nossas leis". Que, a partir de então, o abortista-secular considera "nossas", por oposição ao "seu" ( deles) "Credo".
Qualquer membro de qualquer associação da Federação Portuguesa pela Vida tem os mesmos direitos que a cidadã Isabel Moreira, Existe liberdade religiosa e o princípio da nossa laicidade de estado implica a não-distinção entre "religioso" e "não-religioso" para conceder direitos ou impor deveres. Os católicos podem defender e lutar por leis de acordo com o catolicismo em total liberdade; o estado não está, à partida, obrigado a legislar contra ou a favor aquilo que o catolicismo considere correcto.
Os abortistas falam como se vivessemos numa democracia adjectivada, secular, onde as "nossas leis", só pudessem sofrer influência de valores não-religiosos.
Desqualificar argumentos e propostas de lei em função de quem os invoca é um ad hominem. Sempre que um abortista nada tem a dizer aos argumentos contra o aborto que não seja constatar a religião de quem os defende, como se isso tornasse tais argumentos ilógicos ou impossíveis de serem defendidos como base legal, confessa aquilo que já sabemos: o abortismo é uma revolta contra Deus.
Se o abortista diz que determinado argumento é de influência ou defendido por alguém católico, isso não demonstra que o argumento e posição defendidas estejam erradas. Revela apenas que o abortista está assustado com a possibilidade do catolicismo acabar com as leis abortivas, que também permitem a matança dos filhos, irmãos, netos, sobrinhos e primos dos católicos portugueses.
Pouco lhe importa se os católicos/cristãos estão errados ou não em querer tal coisa. Importa é que são católicos/cristãos E, portanto, não podem querer o "seu Credo" nas "nossas leis". Esta gente acha-se dona do país. Não admira, pois também se acham senhores da vida.
OS ABORTISTAS NÃO QUEREM NEUTRALIDADE DO ESTADO PERANTE A RELIGIÃO, QUEREM IMPOR NEUTRALIDADE DA RELIGIÃO PERANTE AS LEIS DO ESTADO QUE ELES APROVAM.
NENHUM CRISTÃO TEM DE SER NEUTRO; NENHUMA LEI DE LIBERDADE RELIGIOSA LHE IMPÕE O DEVER DE NEUTRALIDADE PERANTE AS DECISÕES DO ESTADO. ANTES PELO CONTRÁRIO.
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