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segunda-feira, 21 de junho de 2010

via Vida sim, aborto não! de Wagner Moura em 24/05/10


Ninguém nasce com cara de estuprador.
Vamos aos fatos: é mentira que tenta-se aprovar uma lei para criminalizar o aborto em caso de estupro. A pretensão não faria sentido quando sabemos que essa lei já existe e está em vigor há décadas! No Brasil o aborto já é crime em qualquer caso! Mesmo no caso de estupro? Sim. Mesmo no caso em que a mãe corre risco de vida? Ainda que houvesse, em pleno século XXI, época de superevolução da medicina, um caso em que a mãe estivesse numa situação inevitável de risco de vida (de morte, melhor dizendo!) por causa de uma gravidez… Ainda assim, no Brasil, um aborto induzido por esse motivo é crime.
Se você não sabia disso, bem-vindo à discussão mais cara do país. Cara mesmo! O debate sobre o aborto e sua legalização/descriminalização/saúdepublicalização (aborto como saúde pública) é um falso debate mantido a custas de muitos dólares por duas sinistras fundações internacionais: Fundação Ford e McArthur.
Essas fundações empregam/financiam/dãodinheiromesmo para o primeiro que apresentar um projetinho que minta endereçar-se para alargar o debate sobre o aborto no Brasil. É como mente, por exemplo, a ONG Anis, fundada pela antropóloga lotada na Universidade de Brasília, UNB, Débora Diniz!
A ONG da antropóloga existe para uma única coisa: manipular a opinião pública a respeito do tema aborto, no Brasil. E como se dá essa manipulação? Simples. A Anis/Débora consegue uma grana para pesquisa com o intuito de demonstrar que o aborto é uma realidade no Brasil. Ora… Todo mundo sabe disso. Por que então fazer pesquisa? Para pressionar políticos, organizações, pessoas. Para mentir dizendo que sua própria intenção e agenda pessoal – intenção e agenda de seus patrões, que seja – não está sendo imposta a ninguém, mas tão somente os dados, os números, a pesquisa, a realidade do aborto.
Vamos entender melhor. Num país em que a grande maioria da população é contra o aborto (contra a legalização do aborto, contra a oferta do procedimento, contra a prática do aborto), não se consegue voz/espaço favorável ao aborto (a favor de sua legalização, a favor da oferta do procedimento, a favor da prática) sem se apresentar outras maiorias. Exemplo: “5 milhões de brasileiras de até 39 anos, uma em cada sete, já fez pelo menos um aborto.” São números grandes! Aparentemente tão grandes quanto “a grande maioria da população brasileira é contra o aborto”. Números grandes chamam atenção.
Em resumo é isso: são pesquisas trabalhadas para causar impacto sobre o já impactante “a grande maioria da população”. Normal. Pesquisa-se números exatamente para alcançarmos a compreensão de algumas grandezas. Não há nada novo nisso. A questão é que para conseguir-se números impressionantes para o lado dos “favoráveis ao aborto apesar de tudo” é preciso manipular. É que eles simplesmente não existem de outra forma.
Na mais recente pesquisa da Anis/Débora a manipulação se dá por meio de uma mistura sutil entre os dados de abortos induzidos e os dados de abortos espontâneos. O aborto induzido é aquele que todo mundo tem em mente quando se fala de aborto… A mulher não quer o filho (ou a família dela não o quer, ou os patrões dela não querem, ou, enfim, um monte de outras pessoas não querem) e aí aborta. Isso é crime. O outro aborto, o espontâneo (é um nome infeliz, realmente!), é quando o próprio corpo da mulher rejeita o bebê, quando ele morre na fase de gestação ainda, enfim. É um aborto que acontece independente da vontade de quem quer que seja.
Quando lemos “5 milhões de brasileiras de até 39 anos, uma em cada sete, já fez pelo menos um aborto” pensamos, obviamente, no aborto induzido. Claro! Uma pesquisa com dados de aborto espontâneo nos causaria pesar, mas não nos faria refletir sobre a legalização do aborto, até porque aborto espontâneo não é crime – é espontâneo, ora bolas! Ninguém tem culpa. O problema é que os números dessa pesquisa, como esclarece a própria divulgadora da pesquisa, podem incluir (leia-se: incluem!) abortos espontâneos:
Mas por que alguém encomendaria uma pesquisa para confundir a pessoas? Ora, francamente… Isso é feito o tempo todo. Mas, nesse caso específico, a demanda pela confusão se dá por ocasião da aprovação (parcial ainda) do Estatuto do Nascituro, uma lei que garante cuidados à mãe e ao bebê que não foi “planejado”. É importante “fomentar o debate”, fazer as pessoas refletirem sobre o tema aborto, especialmente quando os parlamentares brasileiros aprovam uma lei contrária ao aborto.
As ações pró-aborto são sempre coordenadas. E alguém paga caro por elas, não esqueça (Ford e McArthur)! Assim são as ações: pesquisas para confundir > manifestações públicas para provocar > leis para aprovar/barrar. É só isso. Nenhuma mulher estuprada é atendida por essas ações; nenhuma mulher pobre e grávida recebe qualquer apoio. São ações pragmáticas de quem precisa atingir metas como em qualquer trabalho empresarial. A meta é “avançar no debate sobre o aborto no Brasil”, ou seja: legalizar o aborto. A estuprada, a pobre, a mulher, é apenas uma inocente útil que deve ser usada e abusada para que os objetivos da empreitada sejam alcançados.
Simples assim. A fase da pesquisa está rolando… Muito doutor e doutora vai escrever artigos em jornais para apoiar a pesquisa sem nem ao menos ter lido a pesquisa em si alguma vez. Depois, no dia 28, começam as manifestações públicas que objetivam mostrar que “assim pensa a população”. Tudo mentira. Tudo gente paga para fazer um barulhinho e criar imagens para serem transmitidas pela TV, jornal, revista e internet. Tudo para fazer você pensar que a ideia deles é a ideia da maioria. E não é.
Tanta coisa por causa de uma lei que quer proteger de uma vez por todas o bebê na barriga da mãe? Sim. Mas antes que alguém possa dizer que a lei vai proteger quem quer que seja, eles vão afirmar que a lei é um retrocesso, que pune a mulher, que é bandeira de fundamentalistas. Enfim, que trata-se de uma iniciativa negativa.
Mentira. Todo mundo sabe que matar criança é errado. Todo mundo sabe que o bebê não é o culpado pelos erros dos pais que não podendo assumir uma criança, fizeram-na! Todo mundo sabe que o bebê não é culpado pelo crime do estuprador. Todo mundo sabe que aborto é proibido por lei em qualquer hipótese, mas que não há punição para alguns casos… “Não punir” é diferente de “é legalizado”. E advinha só… São os próprios abortistas que, ao que tudo indica, favorecerão esse debate a contragosto, nos oportunizando refletir, inclusive, que não há maior retrocesso nos Direitos Humanos que permitir o aborto de uma criança.
Como todo mundo sabe… Não existe bebê-estupro.

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