Hungria penaliza aborto para sobreviver
abril 29, 2011 por Wagner Moura
tradução e adaptação do artigo ¡Viva Hungría! de Francisco José Contreras
“A vida do feto deverá ser protegida desde o momento da concepção”. Com esse texto a nova Constituição da Hungria, aprovada em 18 de abril, insere o país no pequeno grupo de Estados europeus que reconhecem o direito à vida dos nascituros, o que demonstra que a cultura da morte não é irreversível! Explica-se: em menos de 20 anos, dois importantes países europeus (o primeiro foi a Polônia em 1993) mudaram a situação de “aborto livre” para uma regulamentação restritiva apesar dos protestos de alguns para os quais “isso é uma afronta à mudança do tempo”. A verdade é que o tempo decorre na direção que quisermos dar a ele.
E a direção é a sobrevivência! Esse é um dos argumentos para penalização da destruição da vida humana em sua fase pré-natal (aborto), na Hungria. A exemplo dos demais países eslavos, a Hungria vive um inverno demográfico seríssimo: as taxas de fertilidade oscilam entre 1.2 e 1.5 filhos por mulher (o nível de reposição geracional é 2.1). Se continuar assim, o colapso econômico é o destino dos países da Europa ocidental. Quem pagará as aposentadorias quando o número de trabalhadores ativos for quase equivalente ao número de inativos?
Além de penalizar o aborto, a Constituição húngara adota um novo sistema de sufrágio que permite aos pais votarem pelos filhos: quando mais filhos, mais votos o eleitor pode ter. Injustiça com os cidadão com menos filhos ou sem filhos? Não. Trata-se de uma medida revolucionária e justa: atribui maior capacidade de influência no futuro do país para aqueles que, tendo filhos, torna possível a existência desse futuro.
Um homem e uma mulher que sacrificam juventude e acúmulo de bens para cuidar de seus filhos prestam um serviço insubstituível ao país. Serviço que não pode ser oferecido por solteirões que preferem poupar para suas férias no Caribe.
A nova Constituição da Hungria é tão politicamente incorreta que mais parece um milagre.
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