José Antonio Rosa da Silva
A expressão latina persona est affirmanda (affirmabilis) propter seipsam, ou seja, a pessoa tem de ser afirmada (é afirmável) por si mesma, encerra uma verdade incontestável e serve de princípio elementar de uma ética e uma antropologia personalista, segundo J. Seifert. Embora a pessoa tenha seus elementos caracterizadores, vale dizer: a intimidade, a manifestação, a intersubjetividade, o dar e a liberdade tem que se considerada no todo e em todas as suas dimensões. Se assim não for estaremos tratando a pessoa como um meio e não um fim, portanto estaremos a “coisificando” ou manipulando.
Com efeito, ao reconhecermos a pessoa humana na sua integralidade a estaremos respeitando na sua dignidade que lhe é intrínseca em qualquer estágio de sua existência. Esse reconhecimento não ocorre no ambiente da abstratividade jurídica, mas fundamentalmente no plano da concretude, pois o outro é um semelhante com sua história, cultura e liberdade.
Negar o reconhecimento pode se constituir uma espécie de opressão, afirma Charles Taylor, uma vez que se furta do outro a sua identidade. Isso implica dizer, ainda, que a pessoa humana tem que ser considerada na plenitude do que Ricardo Stork e Javier Echevarría chamam de marcas característica e vão utilizar também a expressão de Speamann ao dizer que o homem é um absoluto relativo pelo fato de duas pessoas reconhecerem mutuamente como absolutas e respeitáveis em relação ao si mesmas. Entretanto, isso somente ocorre se houver o reconhecimento do absoluto incondicionado e de que dele dependam de alguma maneira.
Essa forma de ver o outro impede moralmente que seja praticado o aborto ou a eutanásia, pois sendo o outro um ser respeitável não há como justificar o mau trato ou o não reconhecimento para qualquer fim.
Bibliografia:
Stork, Ricardo Yepes e Echevarría, Javier Aranguren. Fundamentos de Antropologia
Nenhum comentário:
Postar um comentário