Investigadores dizem que não se trata de infanticídio, mas de aborto pós-parto. Artigo polémico no «Jornal de Ética Médica» obrigou mesmo a uma justificação dos editores
Por: Redacção / MM | 1- 3- 2012 11: 22
Os bebés recém-nascidos são «não-pessoas», sem consciência da própria existência. Matá-los nos primeiros dias de vida não é muito diferente de fazer um aborto. Não se trata de infanticídio, mas de «aborto pós-parto», defendem dois investigadores, num artigo publicado no «Jornal de Ética Médica», do grupo British Medical Journal.
O artigo gerou tamanha polémica que o editor do jornal médico se viu na obrigação de justificar a publicação, mesmo adivinhando todos os comentários negativos. Os autores Francesca Minerva, académica nas Universidades de Melboune e Oxford, e Alberto Giubilini, das universidades de Milão e Monash, em Melbourne, têm recebido «correspondência abusiva» e foram mesmo ameaçados de morte.
O editor argumenta que o jornal não existe para veicular apenas uma determinada corrente de pensamento: «Os autores argumentaram, de uma forma provocadora, que não existem diferenças morais entre um feto e um recém-nascido. A argumentação parte de ideia que muitos podem aceitar e outros rejeitar».
No artigo intitulado «After-birth abortion: why should the baby live?»(Aborto pós-parto: por que devem os bebés viver?), Francesca Minerva e Alberto Giubilini comparam os recém-nascidos a fetos, sem estatuto moral semelhante ao dos adultos e sem consciência da sua própria existência.
Os dois investigadores deixam ressalvas a esta espécie de «aborto pós-parto». Só o admitem em casos de bebés com doenças e malformações não destetadas durante a gravidez, ou no caso de pais que não têm condições para psicológicas ou materiais para lidar com o bebé.
Nenhum comentário:
Postar um comentário