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quarta-feira, 21 de março de 2012

A PESSOA NO CENTRO DA NEUROBIOÉTICA

Ateneu Regina Apostolorum organiza curso de Neurobioética, Ética, Direito e Sociedade

Valentina Raffa
ROMA, terça-feira, 20 de março de 2012 (ZENIT.org) – ZENIT entrevista o jovem professor Alberto Carrara, LC, doutor em Biotecnologia Médica na Faculdade de Medicina e Cirurgia da Universidade dos Estudos de Pádua e assistente na Faculdade de Filosofia do Ateneu Pontifício Regina Apostolorum, de Roma. Carrara é membro do Grupo de Neurobioética (GdN) desde 2009 e da Neuroethics Society desde 2010.
O religioso criou no ano passado o blog Neuroetica e neuroscienze, em italiano. Em fevereiro, participou do XX Encontro de Filosofia na Pontifícia Universidade da Santa Cruz em Roma com a relação “Consciência e neuro-liberdade: a contribuição da antropologia tomista”.
Ir. Alberto, o que é a neurobioética? E por que tanto interesse hoje pelo assunto?
Podemos dizer que a neuroética nasceu em 1965, quando o doutor Delgado implantou eletrodos no cérebro de um touro para controlar o seu comportamento. O primeiro a definir a nova disciplina foi William Saffire, em 2002, em San Francisco, durante o primeiro encontro internacional da matéria. A neuroética tem duas acepções: a ética das neurociências, que tem a ver com o lícito ou ilícito dos tratamentos neurológicos; e as neurociências da ética, de onde veio a “neuromania”: a tentativa das neurociências de explicar o agir do homem no econômico, moral, jurídico, filosófico, teológico, social, procurando a causa de toda ação humana nos mecanismos de funcionamento do cérebro.
O que você leciona?
No primeiro semestre, dei um seminário sobre a relação mente-cérebro, que foi enriquecedor tanto para mim, que pude aprofundar a temática da minha tese de filosofia, como para os alunos, que se mostraram participativos e ativos.
Durante este segundo semestre, estou ajudando num “seminário de síntese”, para os alunos do segundo ano de filosofia, que os prepara para o exame final do bacharelado.
Como você combina a sua atividade de professor com a de estudante?
É simples: as duas atividades são complementares. Para ser um bom professor, é importante ser um aluno diligente, apaixonado pelo estudo e constante no compromisso, para transmitir coisas úteis para os outros, não só em conteúdos, mas pensando na vida concreta.
***
Para os interessados em neurobioética, a faculdade de Bioética do Ateneu Pontifício Regina Apostolorum, em colaboração com a cátedra UNESCO de Bioética e Direitos Humanos, organiza o Curso Estivo de Atualização em Bioética, de 2 a 13 de julho, em Roma.

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